quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

JAPOP - O PODER DA CULTURA POP JAPONESA


JAPOP = Contração do inglês "japanese pop". Essa grafia é usada para diferenciar a cultura pop japonesa da música pop japonesa, geralmente chamada de "J-Pop".

A cultura pop japonesa atualmente influencia criadores nas mais diversas áreas das artes, da moda e do entretenimento, e fez do Japão a única nação a quebrar a hegemonia norte-americana na exportação de valores, estéticas e estilos de vida no pós-guerra.

JAPOP - O Poder da Cultura Pop Japonesa mostra como o Japão passou de consumidor a exportador de influência cultural, num fascinante passeio pelo bilionário mundo do entretenimento japonês - dos ícones do esporte aos ídolos do showbiz; da tradicional música enka ao moderno e cativante J-Pop; de novelas de tevê aos filmes de samurais, de terror e de monstros.
JAPOP é também um guia para o rico mas intrincado meio dos mangás, dos animês e aos complexos traços da história e da cultura tradicional refletidos em formas de expressão cultural populares contemporâneas, como karaokê, a dança Yosakoi Soran, o teatro Takarazuka e a própria moda japonesa.

Detalhado e surpreendente retrato do Japão contemporâneo, JAPOP revela como a sociedade japonesa foi capaz de se tornar uma das nações mais industrializadas do planeta preservando suas raízes, tornando-se exemplo imitado por uma geração jovem, urbana, globalizada e multimídia em todo o mundo.

Moda - Música - Mangá - Animê - Comportamento - Tradições - Ícones - Cinema - TV - Karaokê - etc.

O JAPOP – O PODER DA CULTURA POP JAPONESA contou com o apoio da Fundação Japão, assessoria cultural do Consulado Geral do Japão, sendo uma leitura recomendada para todos aqueles que querem estudar a cultura japonesa.
O livro faz parte das atividades comemorativas do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil, que será oficialmente comemorado em 2008.Informações:

Livro: JAPOP – O PODER DA CULTURA POP JAPONESA

ISBN 978-85-60626-00-7

Editora: NSP-HAKKOSHA Editora e Promoções Ltda.

visite o site: http://www.japop.com.br


Para adquirir:
www.livrariacultura.com.br


Para adquirir pelo correio ou diretamente:

LIVROCERTO Comércio Ltda. Av. Francisco Tranchesi, 1031,
CEP 08270-460 - Parque do Carmo - São Paulo livrocerto@terra.com.br - tel.11 6527-2631


formato: 160x230mm, 352 páginas, impressão preto e branco com fotografias.



SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS

INTRODUÇÃO: Estudando a Cultura Pop Japonesa
. Milenar e Pop
. Mas o que é cultura pop?
. Como foi formado o pop japonês
. Bom ou ruim?
. Por que é atual e relevante conhecer a cultura pop japonesa?
. E para concluir

ANIMAÇÃO E QUADRINHOS
. Animê : Panorama Geral
. Anpanman
. Cavaleiros do Zodíaco - Saint Seiya
. Joe de Amanhã - Ashita no Joe
. Lady Oscar, a Rosa de Versalhes - Berusaiyu no Bara
. Lobo Solitário - Kozure Õkami
. Mangá: Panorama Geral
. Miyazaki, Hayao e o Studio Ghibli
. Otomo, Katsuhiro e os Novos Diretores de Animê
. Pokémon
. Sailor Moon
. Shõnen Jump
. Speed Racer
. Super Dínamo e Doraemon
. Tezuka, Osamu: o Deus do Mangá

ARTES PERFORMÁTICAS
. Ópera Takarazuka - Takarazuka Kagekidan
. Dança Yosakoi Soran

CINEMA
. Filmes de Horror - J-Horror
. Filmes de Samurais - Chambara Eiga
. Godzilla
. Kimi no Na wa
. Otoko wa Tsurai yo

COMPORTAMENTO E CONSUMO
. Hello Kitty
. Miojo Lámen
. Moda
. Tipologia Sangüínea - Ketsueki Gata

ESPORTES
. Nagashima, Shigeo: Lenda do Beisebol
. Rikidozan: o Pai da Luta-Livre

ÍCONES
. Casamentos Imperiais
. Mascotes Nacionais: Indira e Hachiko
. Robôs Gigantes

MÚSICA
. Enka
. Festival da Música Popular Japonesa - Kõhaku Utagassen
. J-Pop
. Karaokê
. Matsuda, Seiko
. Misora, Hibari
. Nodo Jiman
. Sukiyaki - Ue o Muite Arukou

TV
. Heróis Tokusatsu: de National Kid a Power Rangers
. Oshin
. Ultraman

SIGLAS

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Apoio ao governo japonês chega a 71%, diz pesquisa



O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, continua a ter forte popularidade mais de um mês após ter chegado ao governo. Uma nova pesquisa mostra que o apoio à sua administração chegou a 71%. Os agressivos estímulos econômicos de Abe são os principais responsáveis pelo grande apoio popular ao governo, segundo pesquisa do maior jornal do Japão, o Yomiuri Shimbun.





A forte pressão do premiê sobre o Banco do Japão (BoJ) para injetar mais dinheiro na frágil economia do país ajudou a impulsionar o índice Nikkei em quase um terço nas última semanas, para o maior nível em quatro anos, fazendo com que o Japão tenha o mercado de ações com melhor performance do mundo.



A pesquisa também mostra que o Partido Liberal Democrático (LDP), de Abe, chegará nas eleições parlamentares com forte e crescente apoio, apesar de o histórico recente indicar que esse entusiasmo pode se dissipar rapidamente na medida em que a votação se aproxima. O LDP atualmente controla a câmara baixa do Parlamento, mas não tem maioria na câmara alta, o que limita sua flexibilidade política. Uma vitória nas eleições, que devem ser realizadas em julho, aumentaria consideravelmente o poder de Abe.



Segundo o jornal, a popularidade de Abe cresceu em duas pesquisas consecutivas, de 68% no levantamento anterior, realizado no início de janeiro, para 71% no atual. O último primeiro-ministro japonês a alcançar esse índice de popularidade foi Morihiro Hosokawa, que chegou ao cargo em agosto de 1993. Após uma onda inicial de apoio, sua coalizão se envolveu em disputas e ele não chegou a nove meses no poder.



A pesquisa do jornal Yomiuri, realizada entre os dias 8 e 10 de fevereiro, confirma a tendência já apontada por outros levantamentos da imprensa japonesa, que colocam o apoio a Abe em torno de 70% e sempre crescendo. O jornal apontou que a oposição ao governo de Abe caiu de 24% para 18%.



Segundo a pesquisa, 58% dos entrevistados disseram apoiar o recente acordo do governo com o BoJ, que pressionou o banco central a definir uma meta de inflação de 2% após anos de deflação. Além disso, 56% afirmam aprovar o planejamento de Abe de estimular a economia com o aumento de gastos públicos. Em relação à eleição na câmara alta, 42% vão votar no LDP, de 37% anteriormente.



A pesquisa teve 1.072 respostas de eleitores. Os levantamentos japoneses não definem uma margem de erro. As informações são da Associated Press.

Japão E China voltam a ter atrito por ilhas disputadas




PEQUIM - China e Japão voltaram a trocar farpas nesta sexta-feira, 8, devido a manobras militares nos arredores de ilhas disputadas pelos dois países, aumentando a tensão que há meses domina as relações entre as duas maiores economias asiáticas.
No final de janeiro, o Japão acusou uma embarcação militar chinesa de direcionar seu radar para um navio da Marinha japonesa no mar do Leste da China. Em sua primeira declaração sobre o caso, o ministério da Defesa de Pequim rejeitou a queixa, dizendo que a "causa de raiz" da tensão está na forma intrusiva como o Japão monitora as embarcações chinesas.




Reuters
Navios da China e do Japão em área disputada



Mas um funcionário japonês rejeitou essa explicação, dizendo que as ações chinesas podem ser perigosas no entorno das ilhas, conhecidas como Diaoyu pela China, e como Senkaku pelo Japão, e supostamente ricas em gás e petróleo.

Em nota divulgada na noite de quinta-feira, o ministério chinês disse que a queixa japonesa "não se encaixa nos fatos", e que o navio chinês, realizando exercícios de rotina, não fez mira para disparar no destroier japonês.

De acordo com a nota, o Japão "fez comentários irresponsáveis que exageraram a chamada ameaça chinesa, criaram tensão imprudentemente e induziram a opinião pública mundial ao erro."

"Os navios de guerra e aviões japoneses têm com frequência conduzido longos períodos de monitoramento a curta distância e vigilância de navios e aviões da China", disse o ministério. "Essa é a causa de raiz das questões de segurança aéreas e marítimas entre China e Japão."

Em Tóquio, o chefe de gabinete do governo, Yoshihide Suga, disse em entrevista coletiva que seu país não poderia aceitar a explicação chinesa, e que a acusação japonesa foi feita após uma cuidadosa análise. "Pedimos à China que adote medidas sinceras para evitar ações perigosas que possam causar uma situação de contingência."

O ministro japonês da Defesa, Itsunori Onodrea, disse nesta semana que o incidente do radar poderia ter se tornado muito perigoso rapidamente, e poderia ser visto como uma ameaça de uso da força militar conforme as regras da ONU.

Também na quinta-feira, o Japão se viu às voltas com outro problema fronteiriço, por causa do que teria sido uma rápida incursão em seu espaço aéreo de dois caças russos nos arredores de ilhas disputadas há décadas entre Tóquio e Moscou, no extremo norte do arquipélago japonês. O Japão mobilizou aviões de combate por causa da suposta ameaça, mas a Rússia negou ter feito a invasão.

CHÁ



Observação: Esta matéria trata da bebida em si e de costumes populares relacionados ao chá. A respeito de Cerimônia do Chá, procure neste site a matéria CERIMÔNIA DO CHÁ - CHANOYU.

O QUE É E DE ONDE VEM O CHÁ?

Existem chás e "chás". Um problema de nomenclatura dificulta distinguir uns dos outros (algo que será esclarecido mais adiante). No momento, o importante é reter a seguinte informação: o chá "comum" - o chá preto, que se compra nos supermercados em saquinhos individuais dentro de caixinhas de papel, ou em folhinhas secas soltas dentro de latinhas, são folhas de um arbusto originário da China, que produz flores parecidas com camélias. Por isso este arbusto tem o nome científico de Camellia sinensis, que em latim significa "camélia da China". É basicamente dessa planta que vem a maioria dos tipos de chá propriamente ditos. A Camellia sinensis é o chá.



As folhas e a flor da Camellia sinensis.


Há uma lenda chinesa diz que no ano de 2737 a.C. o imperador Shen Nung teria descoberto o chá de modo acidental. O imperador - um filósofo que por razões de higiene só bebia água fervida - estava descansando perto de uma árvore de chá quando algumas folhas caíram no recipiente em que ele havia posto água para ferver. Ao invés de tirar as folhas, ele as observou, viu que elas produziram uma infusão, decidiu prová-la, e achou a bebida saborosa e revitalizante. Assim, conta-se na China, é que foi "descoberto" o chá. Não há registros históricos ou provas de que tenha sido efetivamente desta forma ou de que foi o imperador Shen Nung o "descobridor" do chá, mas é fato que os chineses já produziam e bebiam chá desde a Antigüidade.

Uma das primeiras referências escritas sobre o chá data do século III a.C., quando um famoso médico chinês da época recomendou a um general que se sentia velho e deprimido que tomasse chá - o que indica que já na época conhecia-se as propriedades de aumento de concentração e vivacidade que o chá proporciona - e este general escreveu a um sobrinho pedindo que lhe arranjasse chá de boa qualidade. Registros indicam que na China antiga o chá não era propriamente cultivado em grandes plantações nem era uma bebida popular - era quase sempre preparado como tônico ou medicamento com folhas tiradas de arbustos selvagens. Nos séculos subseqüentes as propriedades do chá tornaram-se famosas e a procura pelo produto cresceu. Nos séculos IV e V d.C. já haviam grandes plantações no vale do Rio Yangtze (também chamado de Rio Amarelo) e haviam vários tipos de chá: dos refinados, que eram ofertados ao imperador como presente, aos populares. Há registros de que folhas de chá prensadas foram usadas em em 476 d.C. como moeda de troca com os turcos na fronteira ocidental da China.

O CHÁ CHEGA AO JAPÃO

O registro mais antigo sobre o chá no Japão data do ano de 729. Monges budistas tinham ido à China estudar por vários anos (neste período o contato oficial entre China e Japão era freqüente e monges budistas atuavam como emissários da corte). No retorno, trouxeram chá e o presentearam ao imperador Shõmu. Atribui-se ao monge Saichõ, fundador da escola Tendai, a introdução do cultivo do chá no Japão no ano de 805.

Diferentemente do que hoje se pode imaginar, o chá demorou a ser popularizado no Japão. Por volta do ano de 890, a corte imperial japonesa suspendeu as missões oficiais que enviava há dois séculos à China, e as relações entre ambos os países se deterioraram. Sendo um produto chinês, o chá parou de ser bebido na corte. Assim, durante muito tempo, o chá foi considerado um medicamento e reservado a poucos privilegiados. Apenas no século XII, por iniciativa do monge zen-budista Eisai, o chá começou a se tornar mais popular nos mosteiros entre os monges, que o tomavam porque isso os fazia permanecer acordados durante as longas sessões de zazen (meditação sentada).Outro monge budista da época, Myõe, iniciou o cultivo de arbustos de chá em Uji, região de Kyoto, para suprir os mosteiros (até hoje Uji é famosa região produtora de chá no Japão).



O advento dos shõguns da Família Ashikaga a partir de 1336 mudou o modo pelo qual os japoneses viam o chá. Em especial o oitavo shõgun Ashikaga, Yoshimasa (1435-1490), um apreciador das coisas chinesas e do zen-budismo, gostava de chá e transformou o ato de tomá-lo num tipo de cerimônia, incentivando as classes guerreiras a adotar o hábito de beber chá. O exemplo do shõgun ajudou a espalhar o hábito do chá também na corte imperial e em outras ordens monásticas budistas, criando um grande público de apreciadores de chá no Japão. Mas foi o poderoso daimyõ Hideyoshi Toyotomi (1536-1598) quem transformou o antes informal rito de beber chá numa verdadeira cerimônia - o chanoyu.

Na China antiga houve rituais relacionados ao processo de se beber chá, mas que cairam em desuso com o correr do tempo. No Japão, entretanto, o costume de chá desenvolveu-se junto com as escolas e crenças budistas locais, o que levou o ato de beber chá a evoluir para uma cerimônia complicada e única. No século XVI destacou-se o poeta Jõõ Takeno (1502-1555), mestre de cerimônia do chá que inventou vários utensílios - alguns ainda hoje usados no chanoyu - e que foi professor de outro importante mestre, Sen no Rikyû (1522-1591) a quem se atribui a criação do chashitsu - a "casinha" onde se executa a performance da Cerimônia do Chá. Em função dochanoyu, uma forma específica de arte se desenvolveu no Japão, que influenciou as artes decorativas e utilitárias como a cerâmica, a laca, a arquitetura e o paisagismo de jardins.




Acessórios tradicionais para a realização da Cerimônia do Chá também servem para o preparo cotidiano do matcha.


No período Edo (1603-1867) o hábito do chá espalhou-se entre os ricos comerciantes e não demorou muito para também cair no gosto das pessoas mais simples, tornando-se desde então um hábito efetivamente popular. Nessa época o Japão passou por um longo período de isolamento, com os portos fechados a navios estrangeiros, levando o país a desenvolver uma cultura muito própria. Isso também fez com que o chá no Japão fosse cultivado, colhido e processado de um modo diferente do resto do mundo, o que deu à bebida um sabor peculiar e característico.

CHÁS E "CHÁS"

Se chá é a bebida que vem da planta Camellia sinensis, você deve estar se perguntando: "e os outros chás, como o chá de camomila e o chá de erva doce"?

Aqui precisamos fazer uma pausa para explicar uma questão de nomenclatura.

Em chinês escrito - e em japonês também - o CHÁ, o daCamellia sinensis, é representado pelo seguinte ideograma:





Esse ideograma é lido em mandarim e em japonês como "tchá", e no dialeto amoy, falado na região de Fujian na China - uma das principais regiões produtoras de chá do mundo - como "tê".

O chá chegou à Europa ocidental através de carregamentos vindos da Ásia, e dependendo do dialeto falado nos portos chineses que exportavam o chá, a palavra incorporou-se aos idiomas ocidentais com um som similar ao de sua origem. Assim, o "tê" da região de Fujian virou o thé francês, o te italiano, o tea inglês e o Teealemão. Os portugueses adquiriam o chá em Macau, colônia portuguesa na China onde se falava o dialeto cantonês, que se parece com o mandarim, e assim o "tchá" falado por eles virou o nosso CHÁ.

Na Europa ocidental não havia o chá propriamente dito - por isso importava-se e até hoje importa-se o produto. Mas haviam outras ervas e frutas locais das quais se podiam produzir infusões, como a hortelã, a camomila, a erva doce, a maçã, a pera e frutinhas vermelhas como amoras e morangos, que obviamente têm sabor e propriedades diferentes da Camellia sinensis. Mas como o processo de se obter a bebida é o mesmo - ferver uma planta em água - tudo quanto é tipo de infusão em água quente passou a ser popularmente chamado de "chá". Assim, as infusões herbais e as infusões de frutas, embora não fossem de chá propriamente ditas, também passaram a ser chamadas de "chá".

Não se trata de uma questão meramente lingüística. O chá, o da Camellia sinensis, possui cafeína - um estimulante da atividade cardiovascular e da circulação sangüínea - mas diferentemente da cafeína do café, que é rapidamente absorvida pelo corpo, a cafeína do chá é absorvida de forma mais lenta. A cafeína em si não é prejudicial à saúde - muito ao contrário, é bastante recomendada desde que não tomada em excesso. E é curioso observar que tamanha é a complexidade da composição química da Camellia sinensis, que é impressionante constatar a variedade de sabores e aromas que um só tipo de planta pode gerar. As infusões herbais em geral não têm cafeína, não possuem um leque de sabor e aroma tão variado quanto o chá, e via de regra são adocicadas e suaves (mas há, decerto, infusões amargas bastante populares como a de boldo e do mate).

Existe uma "dica" lingüística que nos permite diferenciar um chá de uma infusão herbal. Nas infusões herbais, a palavra "chá" é sempre seguida da expressão "de alguma coisa". Por isso nas embalagens lê-se "chá de camomila", "chá deboldo", "chá de maçã", etc. O mate é um caso à parte (embora muitos achem que o mate é chá, ele é uma erva diferente, e o correto é não usar nas embalagens de mate a palavra "chá": mate é só "mate").

Os chás, os derivados da Camellia sinensis, são descritos por tipo ou apelidados de acordo com sua origem, e nas embalagens não se usa a expressão "de". Assim, o chá pode ser descrito pelo tipo como "chá verde", "chá oolong"(fala-se "úlon") ou "chá preto". Tipos de chá que foram apelidados em função da origem são, por exemplo, "chá assam", "chá darjeeling", "chá nilgiri" (nomes de regiões da Índia). Existem também algumas misturas (chás de tipos diferentes misturados entre si e/ou com elementos aromatizantes) como "English Breakfast" e "Earl Grey".

Apenas para se ter uma idéia da variedade de chás e de infusões herbais e de frutas existentes, a Mariage Frères, renomada casa francesa especializada em chás desde 1854, trabalha com 300 tipos de chás e infusões do mundo inteiro.

CHÁ CORRENDO NAS VEIAS

Lafcadio Hearn, jornalista e escritor americano, foi para o Japão em 1889 para escrever sobre o país. Acabou naturalizando-se japonês, casou-se com uma japonesa, adotou um nome japonês - Yakumo Koizumi - e lá viveu até morrer em 1904. Em seus primeiros escritos, Hearn descrevia os japoneses como "um povo de bebedores de chá". Ele demonstrava espanto com a freqüência com que as pessoas em geral tomavam chá no país - dependendo da pessoa, de quatro a uma dúzia de vezes ao dia (os ingleses, também famosos pelo hábito de beber chá, quando muito o faziam três vezes ao dia). E demonstrava curiosidade e alguma dificuldade em entender a relação que os japoneses têm com a bebida. Hearn descreveu um encontro que teve com um amigo japonês, que o convidou para ir a sua casa para tomar um chá. Ao chegar à casa do amigo, sentaram-se a uma mesa baixa no quarto detatamis, próximos à janela, e ficaram sem dizer nada um ao outro por quase uma hora, apenas bebendo chá e vendo a vida passar. Coisa estranha.

Ao se despedir do amigo, Hearn temeu ter sido desagradável ou pouco educado por ter permanecido quieto durante o encontro, dado sua condição de recém-chegado ao país e limitações com o idioma, e achou curioso quando o amigo lhe disse que aquele tinha sido um bom encontro, e que gostaria que ele voltasse na semana seguinte. Posteriormente, quando seu vocabulário melhorou, Hearn comentou com o amigo: "Mas não pudemos conversar". "Ao contrário, foi uma ótima conversa", respondeu o amigo. De modo resumido, foi assim que ele descreveu um curioso hábito japonês: as conversas silenciosas através do chá.

Japoneses, de fato, bebem muito chá. Diferentemente dos brasileiros em geral, que vêem o chá mais como um tipo de medicamento homeopático, os japoneses vêem o chá como os brasileiros vêem o cafezinho. Bebem chá porque gostam de seu sabor, e não porque o chá faz bem à saúde - isso é secundário. Foi pelo hábito que o chá foi incorporado ao cotidiano nipônico.

O chá é simbolo de cortesia e hospitalidade entre os japoneses. Servir aos visitantes uma tacinha de chá quente, ou um copo de chá gelado nos dias quentes, é uma regra de etiqueta universal entre os japoneses em casa, nos escritórios e nos restaurantes tipicos. O bom visitante não recusa o chá, nem vai embora sem sequer prová-lo. Em algumas celebrações familiares servem-se os chás de melhor qualidade, como na primeira refeição do Ano Novo e aos visitantes no shogatsumikan (tangerina japonesa) com as pernas sob um kotatsu (mesa baixa com saia acolchoada e aquecimento) - um costume aconchegante e saboroso que ajuda a prevenir a gripe. Chá é sempre servido a todos ao final de missas fúnebres no rito budista. Mesmo em costumes importados, o chá está presente - nesses casos, o chá preto, "sinônimo" de ocidente. É comum os japoneses comemorarem festas de aniversário e Natal com chá, bolo e sanduíches de pepino. Mas o chá para os japoneses é também, como o próprio Lafcadio Hearn deve ter aprendido, um meio de comunicação e um objeto de veneração. Permitam-me citar um caso particular que ilustra como ocorre uma "conversa silenciosa através do chá". (período de comemorações do Ano Novo). Um hábito típico de inverno é tomar chá comendo

Em 1998 meu avô, em fase terminal de câncer, teve de ser internado e passei seus últimos dias com ele. Embora fosse uma situação gravíssima, ele estava lúcido e permanecia boa parte do dia acordado. Levei tudo que pude para que ele se sentisse confortável no hospital: roupas, produtos de higiene pessoal, travesseiros, um edredom, chá verde de boa qualidade e toda a parafernália (conjunto de bule e copos de porcelana, bandeja de laca e uma garrafa elétrica japonesa que ferve e mantém a água aquecida).

Numa tarde um senhor de idade, cunhado de meu avô, veio visitá-lo. Eles se cumprimentaram e enquanto se acomodavam fiz um chazinho e servi como de costume. Meu avô sentou-se na cama, o senhor sentou-se numa cadeira de frente para ele, e eu me sentei num sofá encostado à parede. Mas assim que começaram a tomar chá, pararam de se falar. Achei estranho, pois como havia tempos que ambos não se encontravam, pensei que iriam querer bater papo... mas nada. Às vezes se olhavam, para em seguida olhar para o copo nas mãos, na altura do colo, e beber um golinho - e fazer isso de novo, e de novo. Interrompi esse silêncio ritmado só uma vez, para perguntar se queriam mais chá. Murmuraram que não, indicando que estavam bem. E voltaram a ficar quietos, bebericando o chá que restava nos copos, enquanto olhavam para a janela e ouviam o vento frio passar lá fora.

Comecei a perceber que havia um princípio, um "código" por trás daquele comportamento, e que ambos o compreendiam. Havia uma conversa em andamento, mas sem o uso de palavras: as expressões de seus rostos e gestos sutis, como a postura semi-formal de como se sentaram, o modo se segurar os copinhos nas mãos, o ritmo ao beber e olhares que não se encontram. Percebi que eles estavam se despedindo, e que o chá era parte daquele "código". É estranho, mas se tivessem dito algo, não teria sido tão comovente. Me senti uma "grossa" por tê-los interrompido. Relatar isso não parece grande coisa, mas imagine-se ficar naquela situação por 5 minutos. É difícil. No total, aquela visita silenciosa durou mais de 20 minutos.

De repente, o senhor curvou a cabeça, dando a entender que ele tinha que ir. Ele trocou algumas palavras com meu avô, e se foi. Eu nunca havia me dado conta de como o simples silêncio e a contemplação num dos momentos mais duros porém inevitável da existência incomodava meu ocidentalizado e ruidoso modo de agir e pensar. Aquela visita me ensinou coisas que dificilmente eu aprenderia de outra maneira. Meu avô faleceu 3 dias após esse encontro. Ele, que durante a vida muito me ensinou sobre herança cultural sendo apenas ele mesmo, em seus últimos dias ainda foi capaz de me ensinar mais, encarnando a postura corajosa, digna e serena diante da morte tida como ideal pelos japoneses. E passei a compreender a dificuldade que Lafcadio Hearn sentia ao tentar explicar a profunda relação cotidiana que os japoneses têm com o chá.

OS CHÁS JAPONESES
A Camellia sinensis é uma plantinha sensível. No Japão planta-se chá em várias regiões - em especial da região central da ilha de Honshu para o sul, pois nessas regiões o clima tende a ser mais quente e úmido. No Japão o chá é plantado em longas e organizadas fileiras, e quando os arbustos ficam carregados de folhas a paisagem se cobre de "gomos" cor verde-bandeira. A colheita começa na primavera, e as folhas são colhidas à mão, com a ajuda de uma tesoura manual ou elétrica. Logo que é tirada do arbusto, a folha de chá entra em pro cesso de fermentação - em poucos dias a folha muda do verde vivo para castanho - e de acordo com o grau de fermentação, o sabor do chá muda.


Quando se fala em chá verde não se quer dizer que a cor do chá é necessariamente verde, mas sim que esse tipo de chá não é fermentado (os chás do tipo oolong são semi-fermentados, e os chás pretos são os bem fermentados). Todos os chás típicos do Japão são verdes, o que quer dizer que o processamento das folhas é feito rapidamente, para evitar o processo de fermentação natural. O que dá aos chás japoneses seu sabor característico é o fato de que as folhas são passadas no vapor, o que evita a oxidação, preserva a cor natural da folha e um sabor suave de fundo amargo. Em seguida, as folhas são enroladas, desidratadas e posteriormente picadas ou moídas, transformando-se no chá que compramos nas lojas. Nenhum dos chás japoneses são tomados com leite oucreamer (líquido ou pó para neutralizar o fundo amargo de cafés e chás pretos).
Plantação de chá no Japão

Os chás tipicamente japoneses:

Gyokuro - conhecido como "orvalho precioso" ou "jóia do chá verde", é o chá da mais alta qualidade e produz um néctar amarelo vivo, muito aromático, pouco amargo e com traços adocicados. As folhas, mesmo desidratadas, são de um verde vivo devido a cuidados especiais antes mesmo da colheita (os arbustos para a produção do gyokurocha são cobertos com telas para evitar o sol direto, e o chá é produzido com os brotos das folhas, que são mais tenras que as folhas mais desenvolvidas). Esses cuidados fazem com que o gyokurocha seja muito caro, e ele é servido apenas em ocasiões especiais, tanto quanto os saquês de alta qualidade.

Matcha - é o chá usado nas Cerimônias do Chá, que também é tomado em ocasiões informais e servido em casas de chá estilo tradicional. É um chá bem diferente dos produzidos no resto do mundo porque ele é em pó (a própria folha do chá é transformada num pó bem fino e bem verde). Assim, enquanto nos demais chás o néctar é resultado de uma infusão de folhas desidratadas e picadas de chá, no matcha a folha inteira transformada em pó é dissolvida em água quente. Para se preparar o matcha é necessário bater o pó com um pincel de bambu misturando-se a água aos poucos numa tigela, formando um líquido verde, de aparência densa, e espumante. É um chá extremamente amargo (o que o torna um pouco difícil de bebê-lo puro) e por isso, quando se quer tomá-lo em uma ocasião qualquer que não numa Cerimônia do Chá, come-se um doce junto (são recomendados os doces tradicionais demochi com recheio de feijão azuki). Adoçar o matcha com um pouco de açúcar ou adoçante é algo que é mal visto pelos apreciadores tradicionalistas, mas há muita gente que o toma adoçado. O sabor único do matcha adoçado é tão popular entre os japoneses que ele vem sendo bastante usado em balas, doces, mousses, bolos e sorvetes.

Sencha - chá de qualidade média, é feito com as folhas do auge da safra (80% da produção de chá do Japão destina-se ao sencha, que é uma preferência nacional). Ele produz um néctar amarelo, de sabor levemente amargo e aromático. Trata-se de um chá equilibrado, de sabor agradável, tomado várias vezes ao dia em casa e comumente servido nos escritórios e restaurantes. Há uma grande variedade de marcas e preços de sencha, mas como a qualidade média do chá é boa, dificilmente se erra na compra.

Bancha - também conhecido como "chá de colheita tardia", ele é feito com asfolhas do final da safra, maiores e umpouco duras. Era antigamente considerado o chá mais popular e barato, por produzir um néctar amarelo claro de sabor mais fraco que o sencha. O sabor mais discreto do bancha o tornou o preferido de idosos e crianças, e isso fez com que este tipo de chá fosse revalorizado nos últimosanos no Japão.
Balas de Chá Ver-
de , da fabricante
de doces Kasugai.

Kukicha - é o bancha picado com galhinhos das folhas. Possui as mesmas características do bancha.

Houjicha - é chá verde japonês torrado. O houjicha foi inventado em 1920 por um comerciante de chá de Kyoto, e existem duas versões sobre como esse chá surgiu. A primeira é a de que o dito comerciante tinha um estoque de folhas de chá velhas, decidiu torrá-las para aproveitá-las e criou um novo sabor de chá. Na segunda, o houjicha surgiu de forma menos intencional, quando o armazém do comerciante sofreu um incêndio. Por ser torrado, o néctar do houjicha é castanho claro, de sabor fraco, do qual se sente um pouco do aroma de torradinho.


Anúncio de houjicha
dos anos 20.

Genmaicha - Genmai significa "arroz integral". É uma mistura curiosa: banchacom grãos de arroz torrados e pipoquinhas de arroz. O resultado é um chá verde com um leve aroma torrado e ligeiro sabor salgado, que dá a impressão de se "beber pipoca". É um chá interessante, apreciado mesmo por aqueles que não gostam muito de chá. Aliás, o genmaicha combina bem com pipoca numa tarde chuvosa em frente à tevê.

Mugicha - Embora tenha o ideograma de "chá" no nome, trata-se de uma infusão de cevada. Muito popular no Japão, o mugicha é bastante consumido gelado no verão. Seu sabor é refrescante, leve, com discreto fundo amargo. Não contém cafeína e ajuda o corpo a se manter equilibradamente hidratado quando o clima está muito quente.

Chazuke - Tem nome de chá, mas é um prato salgado muito popular no Japão - e um modo peculiar de se tomar chá. Trata-se de uma porção de gohan (arroz branco japonês cozido) servida em um chawan (tigela grande para beber chá), à qual se acrescenta uma mistura pronta de temperos e chá verde quente. O resultado é um ensopado de arroz com chá saboroso, comido diretamente da própria tigela com a ajuda de hashis (palitinhos para se servir). De acordo com a etiqueta japonesa - aplicada inclusive na Cerimônia do Chá - toma-se o chazuke fazendo-se barulho.



Observação: o sencha, o bancha, o kukicha e o houjichasão tomados sem ser adoçados, a qualquer hora, durante ou após as refeições. São bons para acompanhar sushis (há restaurantes no Japão que só servem chá e saquê para acompanhar sushis, e há gourmets tradicionalistas que acham que sushi com cerveja ou refrigerante é um crime gastronômico), mas também são tomados com salgadinhos, biscoitos e doces. São recomendados biscoitos típicos, como os norimaki senbei (biscoito de arroz com um toque de molho de soja envolto em folha de alga marinha) e osyuki no yane ("telhado de neve", biscoito de arroz levemente salgado com uma cobertura de açúcar), e doces como manju (bolinhos de massa assada com recheio de feijão azuki) e dorayaki (panquequinhas com recheio de feijão azuki).

AOS QUE QUISEREM SE APROFUNDAR NO ASSUNTO

O site Cultura Japonesa recomenda:

"The Book of Tea", de Kakuzo Okakura, publicado pela Kodansha International. Trata-se da "Bíblia" moderna dos praticantes da Cerimônia do Chá. É um livro escrito originalmente em inglês em 1906, cujo autor era um influente artista e filósofo japonês que trabalhou como curador de artes orientais para importantes museus nos Estados Unidos. A edição mais recente, publicada em 2005, possui prefácio de Hounsai Genshitsu Sen, que desde 1964 é o mestre da escola Urasenke de Cerimônia do Chá. Não possui tradução para o português.

"O Guia do Chá", de Jane Pettigrew, publicado pela Livros e Livros / Centralivros Lda., Portugal. Um dos guias mais completos e didáticos sobre vários tipos de chá existentes no mundo. Tradução do inglês para português lusitano.

"Chá", de Jane Pettigrew, publicado pela Nobel, em português brasileiro. Trata-se de versão resumida do "Guia do Chá" da mesma autora. É básico e recomendável para quem está se iniciando como gourmet de chás, mas o formato comprido e estreito do livro é um pouco incômodo.

"Tea in the East", de Carole Manchester, publicado pela William Morrow & Co. Edição de luxo com belas fotos, é um livro para gourmets sobre vários tipos de chá típicos do sudeste asiático e do extremo oriente. Não possui tradução para o português.

Receita de hoje...

Pastel de Batata - パリパリチーズポテト

Discos de massa para pastel (10 cm de diâmetro) - não use disco maior, pois um pastel grande pode ficar um pouco enjoativo
Purê de batata (frio)
Milho verde
Queijo prato
Presunto (opcional)

Misture o milho com o purê de batatas, pegue um punhadinho de purê e envolva com um pedacinho de queijo prato e de presunto, coloque no meio da massa, umedeça as bordas e feche com um garfo.
Frite em óleo quente até dourar.

O queijo prato usei 1/4 (1 fatia deu para usar em 4 pastéis)
O presunto, que era maior que o queijo, usei 1/6 (1 fatia deu para usar em 6 pastéis)

Para fazer 35 pasteizinhos usei +- 2 batatas médias para fazer o purê, temperei com sal e um pouco de manteiga.
Usei 1/2 lata de milho verde.



Proverbio do dia



我々は、ビューを持ち上げるとき、私たちは国境を見ない (Wareware wa, byū o mochiageru toki, watashitachiha kokkyō o minai)


TRADUÇÃO:
Ao erguemos a vista, não vemos fronteiras.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Tecnologia japonesa armazena dados em quartzo por milhões de anos



Uma notícia irreverente que arremete diretamente as cenas de filmes de ficção científica da década de 90… mas pelas publicações que percorreram o mundo nestes últimos dias, toda a teoria e ficção utilizada nos filmes serviram de start dos projetos e desenvolvimentos por cientistas japoneses na busca da realidade.

A mais recente criação não somente inovatória e inédita mundialmente trata-se de uma pequenino plaquinha de quartzo. O grande e potente fabricante Hitachi anunciou globalmente ter desenvolvido um método para guardar grandes quantidades de dados em uma placa de quartzo que pode armazenar dados por milhões de anos, sem deteriorar e suportar mais de 1.000º C sem perder sua fiabilidade nas informações.

Em comparação, um HD de um computador tem duração, em média, de 8 ou 10 anos.Um pendrive ou memórias Flash duram entre 15 e 30 anos sem perder os arquivos armazenados. De acordo com a empresa as informações binárias, que são lidas pelos computadores, ficam armazenadas em placas de quartzo.

O funcionamento é um tanto quanto simples aos olhos leigos, mas consiste em um laser que grava pequenos pontos na peça que podem ser lidos pela máquina e interpretados como dados.


A fabricante japonesa Hitachi apresentou uma placa feita de quartzo com uma nova tecnologia que pode armazenar uma quantidade de dados por milhões de anos. Um laser grava pequenos pontos na placa de quartzo que são reconhecidos pelo computador como dados binários (Foto: Yoshikazu Tsuno/AFP)

“O volume de dados que criamos hoje está explodindo, mas não pensamos em meios de guardá-las para as próximas gerações. Estamos guardando nossas informações do mesmo modo desde a Idade da Pedra“, disse Kazuyoshi Torii, pesquisador da Hitachi.

A placa aguenta temperaturas de mais de 1 mil graus Celsius por duas horas sem perder a informação armazenada ou sequer apresentar qualquer falha na leitura.

A peça armazena 40 MB de dados por polegada, o que permite criar uma placa de tamanho suficiente para guardar grandes quantidades de informação. Um disco rígido normal atual pode armazenar 1 terabit de informação por polegada.

Não foram revelados maiores detalhes, e os cientistas devenvolvem a tecnologia a 7 chaves, passando por rigoroso sistema de acesso a sala de controle e ao projeto em estudo e criação. Estima-se que a placa de quartzo esteja disponível para utilização militar já em 2013.

O provérbio Japonês de hoje


リトルは勝利で、はるかに敗北で学習されます。(Ritoru wa shōri de, haruka ni haiboku de gakushū sa remasu)


Tradução:

Pouco se aprende com a vitória, mas muito com a derrota.

HIMEJI-JO: O CASTELO DA GARÇA BRANCA


Desfrutando desde 1993 o status de Patrimônio Cultural e Histórico da Humanidade pela Unesco, o Castelo de Himeji é uma jóia da arquitetura japonesa, cheia de particularidades e uma história bem interessante.
Localizado onde atualmente é a cidade de Himeji, na província de Hyogo, 50 Km a oeste de Osaka e 650 Km distante de Tokyo, o Castelo de Himeji começou a ser construído como um forte em 1333 por Norimura Akamatsu, antigo governador da região, então chamada de Harima. Em 1346, uma pequena construção em forma de castelo foi erguida por Sadanori Akamatsu. Esse "embrião" do castelo, todo de madeira, era bem diferente do atual castelo, mas durou 230 anos.

Guerra Civil

Em 1580, o Japão estava passando por uma guerra civil, e dois grandes “daimyõ” (senhores feudais) disputavam a supremacia e o controle do Japão, dividindo o país entre aqueles que apoiavam Nobunaga Oda ou Ieyasu Tokugawa.

Hideyoshi Toyotomi, um dos líderes militares do clã de Nobunaga Oda, apossou-se do castelo e promoveu a primeira de uma série de grandes reformas, visando a construção de um “moderno” castelo de 3 andares. A morte de Oda em 1582 e o falecimento de Toyotomi em 1598 deixou caminho aberto para as ambições de Tokugawa, que após vencer a batalha de Sekigahara em 1600, tomou o poder no Japão. Assim, em 1601, Tokugawa deu como prêmio a erumasa Ikeda, um de seus generais e genro, as províncias de Harima, Bizen e Awaji, que com isso se tornou o novo senhor do Castelo de Himeji.

Como durante a guerra civil o Castelo de Himeji havia sido danificado, e sendo sua localização importante para a defesa do governo do xogunato Tokugawa, Ikeda dedicou-se a reconstruir o castelo, que ganhou assim a forma que mantém até hoje.

Na reconstrução, Ikeda implantou no Castelo de Himeji detalhes que modernizaram e melhoraram as características arquitetônicas e defensivas, que tornaram o complexo do castelo um modelo exemplar de construção japonesa do período. Na parte mais central e alta de uma colina, uma enorme base na forma de trapézio composta por paredes de pedras com inclinações variando de 30 a 40 graus foi construída para servir de base das fundações de um castelo de 7 andares, chamado de “daitenshukaku”. Essa base, além de dificultar a escalada de invasores, permitia um direcionamento correto da água da chuva evitando a erosão do terreno e protegia a estrutura mais alta dos efeitos de um eventual terremoto, uma vez que as fundações de madeira colocadas na base são maleáveis.
A Garça Branca

O apelido de “Garça Branca” vem não apenas dos elementos decorativos do castelo, com beirais graciosos e curvos, mas principalmente de suas paredes cobertas com alvenaria branca. Assim como os demais castelos de sua época, Himeji era feito de madeira, mas o acabamento em alvenaria, além de lhe dar o aspecto branco, aumentou a espessura das paredes e modernizou o castelo ao torná-lo resistente a ataques com armas de fogo

Como o uso de armas de fogo em batalhas começou em 1549, construções anteriores precisavam ser readaptadas. Calcula-se que haviam 5 mil pequenos castelos no Japão no século XIV, mas todos eles se valiam apenas das cercas e do fosso como meio de defesa, o que se tornou vulnerável com o surgimento das armas de fogo.

Ao redor do castelo em si, uma rede de caminhos cheios de degraus, murados e tortuosos e com vários portões e torres, formam um longo labirinto onde até hoje visitantes se perdem. Por fim, toda a área é rodeada por um muro e um fosso externo, havendo uma só passagem para entrar ou sair do complexo.

A enorme distância a ser percorrida da entrada do complexo, as paredes grossas e pequenas janelas no castelo, nos portões e nas torres revela a preocupação com as “modernas” armas de fogo da época. Até metade do séc. XVI, os japoneses usavam um tipo de espingarda primitiva, cujo diâmetro do cano lembra as atuais bazucas e cujo acionamento dependia do acendimento de um pavio, tal qual nos antigos canhões. Enfim, era uma arma pesada, incômoda, demorada e de pouco alcance. Isso mudaria com o tempo, com a introdução da trava de mosquete (a “vovó” do atual sistema de detonação de rifles, com gatilho e cão), o que deixou as armas de fogo japonesas mais eficientes e com maior alcance. Aberturas um pouco maiores, quadradas, no topo das paredes de pedras inclinadas e na base do prédio principal, eram usadas para atirar pedras em quem tentasse escalar pelo lado externo. Além disso, várias passagens secretas foram construídas por todo o complexo, que em caso de ataque permitia que o senhor feudal, sua família, serviçais e soldados pudessem viver com comida e armas estocadas por um longo período.
Pura Sorte

Mas foi a sorte que deu a Himeji sua característica mais valorizada, que é seu estado de preservação. Embora o Castelo tenha sido reconstruído por Ikeda com o mais puro intuito defensivo, o fato é que desde então ele nunca mais foi danificado por atos de guerra, nem mesmo durante a 2a. Guerra Mundial.

A reconstrução do Castelo levou nove anos, de 1601 a 1609, e estima-se que tenha mobilizado 50 mil trabalhadores, com um custo estimado hoje em mais de 2 bilhões de dólares.

Sendo uma construção única em seu gênero no mundo e com um grau de preservação que nos permite hoje conhecer um estilo de vida de 400 anos atrás, o Castelo de Himeji faz jus ao título de Patrimônio Histórico da Humanidade.

Publicado na Revista Nippon nº23.

Ikebana








Segundo alguns estudiosos, o ato de colocar flores no altar budista deu origem ao ikebana (lideralmente, flor colocada), creditando sua origem ao monge zen-budista Sem-no-Rikyu, conselheiro do xogum Hideyoshi Toyotomi, que também foi responsável pelo Chadô, cerimônia do chá. Outros voltam a 607 d.C, quando uma missão diplomática da China introduziu-o no Japão.




De qualquer forma, foi no século XIV que a oferenda religiosa, sem perder seu significado, passou a ter também um caráter estético, sendo praticado por nobres. O ato de colocar flores poderia ser tão artístico quando fazer uma escultura. E tanto quanto outras artes, o ikebana tem suas regras que são difíceis de serem compreendidas pelos leigos. Entretanto, o material utilizado é bastante simples. Os principais são as flores e folhas, a tesoura, os suportes (parecem escovas cheios de pregos) e os vasos.

Dependendo estilo são utilizados outros objetos. Existem diversos estilos de ikebana. Só a Associação Ikebana do Brasil tem cadastradas 16 escolas, a maioria com estilos diferentes entre si. Qualquer que seja o estilo, os praticantes de ikebana valorizam o seu aspecto espiritual, onde o silêncio necessário para a concentração na hora de fazer os arranjos, faz o praticante viver aquele momento e apreciar as coisas da natureza, que por si só já trazem muitos significados.

Estilo Ikenobo

Considerado o mais antigo dos estilos, surgiu em um templo de Kyoto, há quase 500 anos, pelas mãos de Senkei Ikenobo e Senno Ikenobo. Desde então, através de gerações, a família Ikenobo vem desenvolvendo e divulgando a arte do ikebana. Os primeiros mestres estabeleceram o formato rikka para suas composições. Rikka é o arranjo que herdou o princípio do tatehana, arranjo simétrico, elaborado com devoção aos deuses e aos antepassados. No rikka, os galhos saem do vaso recriando o conjunto da paisagem.

Dois séculos depois, foi criado o formato shoka, e o número de praticantes do ikebana cresceu bastante. Shoka valoriza o vigor e a versatilidade das plantas, quase sempre formando uma meia-lua.
Outros formatos surgiram com o tempo, pois as gerações sucessoras da família Ikenobo adaptaram a arte ao estilo de vida daquele momento. Atualmente, o mestre Sen-ei é o 45º da linha sucessória da família Ikenobo.

Estilo Sogetsu

Um dos mais novos estilos, originou-se pelas mãos de Sofu Teshigahara. Nascido em 1907. Com apenas 25 anos, Teshigahara começou sua escola de ikebana, onde, encarando-a como arte, passou a utilizar-se de todo o tipo de material, e não apenas aqueles oferecidos pela natureza. A primeira exposição individual desse mestre aconteceu em Tokyo, em 1933, quando ele utilizou sucata de metal em sua composição. Com a convicção de que o ikebana era uma arte, não só para o Japão, mas também para o mundo, Teshigahara procurou divulgar seu trabalho. Assim, personalidades como a rainha Elizabeth II, a princesa Diana, e a senhora Gandhi já freqüentaram aulas da Escola Sogetsu de Ikebana.

Estilo Ohara

A Escola de Ikebana Ohara começou no período Meiji (1867 a 1912). Unshin Ohara chegou em Osaka com a pretensão de se tornar um escultor. Com a saúde precária que tinha, preferiu dedicar-se ao ikebana, já que havia estudado na Escola Ikenobo, cujo estilo considerava demasiadamente rígido e formal.

Na época, com a abertura dos portos ao exterior, o Japão via a chegada de novos tipos de flores do ocidente. Ohara desejou utilizá-los em seus arranjos. Então, ele fez um arranjo diferente sobre um suiban (vasilhame parecido com uma bacia rasa) que ele mesmo criou. O formato, que ficou conhecido como Moribana, chocou os mestres.a época, pois a montagem dos galhos e flores se dava como se estivessem sendo empilhados.

Rússia nega invasão de espaço aéreo japonês.


Dois aviões militares russos violaram o espaço aéreo japonês nesta quinta-feira, acusou o Ministério das Relações Exteriores do Japão. Caças japoneses foram enviados em resposta. A chancelaria nipônica informou ter apresentado protesto formal à Embaixada da Rússia em Tóquio. Moscou, por sua vez, desmentiu qualquer violação de espaço aéreo.
O incidente ocorre em um momento sensível para o Japão, que reclamou do que classifica como "lamentáveis" as ações da China no mês passado ao apontar seus sistemas de radar para dois alvos japoneses no caso mais recente relacionado a uma disputa entre os dois países por ilhas no Mar do Leste da China.
O Ministério de Relações Exteriores do Japão afirmou que jatos de combate russos, conhecidos como SU-27s, violaram o espaço aéreo japonês sobre a Ilha Rishiri. A invasão durou cerca de um minuto e ocorreu por volta das 4h (de Brasília), segundo Tóquio.
O Japão enviou quatro jatos de combate F-2 em resposta. É a primeira vez desde 2008 que o Japão acusou aviões militares russos de violarem seu espaço aéreo.
Em Moscou, por sua vez, o Ministério da Defesa da Rússia divulgou nota desmentindo a versão japonesa. Segundo o comunicado, aviões militares russos participam de uma manobra militar perto da fronteira, mas "em estrita conformidade com as leis internacionais, sem nenhuma espécie de violação" de espaço aéreo

Japão acusa jatos da Rússia de violarem espaço aéreo



Ministério das Relações Exteriores japonês apresentou reclamação a Moscou e enviou caças em resposta
TÓQUIO - Dois aviões militares russos violaram o espaço aéreo do Japão nesta quinta-feira, 7, disse o Ministério das Relações Exteriores japonês, acrescentando que apresentou uma reclamação a Moscou sobre o incidente e enviou caças japoneses em resposta.

Jato russo sobrevoa espaço aéreo japonês


O incidente ocorre em um momento sensível para o Japão, que reclamou do que classifica como "lamentáveis" as ações da China no mês passado ao apontar seus sistemas de radar para dois alvos japoneses no caso mais recente relacionado a uma disputa entre os dois países por ilhas no Mar do Leste da China.

O Ministério de Relações Exteriores disse que jatos de combate russos, conhecidos como SU-27s, violaram o espaço aéreo japonês sobre a Ilha Rishiri. A invasão durou cerca de um minuto e ocorreu por volta das 4h (de Brasília).

O Japão enviou quatro jatos de combate F-2 em resposta. É a primeira vez desde 2008 que o Japão acusou aviões militares russos de violarem seu espaço aéreo. Não houve comentários da Rússia sobre a acusação do Japão.

As informações são da Associated Press

EUA pedem que China pare de fazer ameaças ao Japão


O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta, pediu à China na quarta-feira para evitar o confronto e buscar um diálogo pacífico com o Japão e outros países sobre suas disputas territoriais.
O líder do Pentágono disse que ele fez um apelo aos seus colegas em Pequim para negociar acordos regionais que pudessem neutralizar uma série de divergências sobre o território marítimo.
Segundo Panetta, ele disse aos chineses que se o interesse deles "é em uma região do Pacífico, que pode ser pacífica e que pode prosperar no futuro, você tem de fazer parte disso ", sugerindo a necessidade de esforços pela paz.
Questionado sobre as tensões das ilhas Senkaku (ou Ilhas Diaoyus, para os chineses) entre China e Japão, após fazer um discurso na Universidade de Georgetown, Panetta expressou preocupação de que "é o tipo de situação onde há reivindicações territoriais que poderiam finalmente sair do controle".
Ele acrescentou que "um país ou o outro pode reagir de uma maneira que criará uma crise ainda maior".
As tensões aumentaram pela disputa territorial recentemente quando o Japão afirmou que uma fragata chinesa havia colocado um navio de guerra japonês em seu radar de mísseis no Mar da China Oriental, na semana passada. O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, chamou a medida de "perigosa" e "provocativa".
Panetta disse que a China, os EUA e outros países devem trabalhar juntos para enfrentar "desafios comuns", incluindo a pirataria, catástrofes naturais e conflitos territoriais.
As duas maiores economias da Ásia estão em desacordo sobre a soberania de uma cadeia de ilhas desabitadas no Mar da China Oriental. As informações são da Dow Jones. 

A receita de hoje é ,,,

Kakitama-jiru (Caldo  de  ovo)

Ingredientes:
2 ovos
1 porção de cebolinha cortada em pedaços de 2cm
3 xícaras de água
1 envelope de hondashi                  
2 colheres de chá de sake
1 colher de café de shoyu
1 colher de café de sal



Modo de Preparo:
Misture bem os ovos sem bater.
Reserve.
Leve a água ao fogo numa panela.
Quando começar a ferver, acrescente o hondashi e deixe cozinhando em fogo médio por alguns minutos.
Acrescente o sake, o shoyu e o sal.
Abaixe o fogo e coloque os ovos no caldo, passando pela peneira.
Quando os ovos começarem a vir à tona, misture delicadamente e acrescente as cebolinhas.
Desligue o fogo e sirva enquanto quente.

Dicas:
Ao acrescentar o shoyu, o caldo não deve ser fervido muito, pois os ovos não devem ser colocados em um caldo muito quente.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Festival,Tanabata Matsuri

O festival de Tanabata tem origem numa lenda japonesa. Orihime era a filha de um poderoso deus do reino celestial. Certo dia, estando diante de seu tear, viu passar um rapaz conduzindo um boi, e por ele se apaixonou. O pai consentiu o casamento dos dois jovens. Porém, casados e totalmente dominados pela paixão, ambos descuidaram-se de seus afazeres normais. Foi então que, o pai indignado, ordenou que eles vivessem separados, um de cada lado da Via Láctea. Ele permitiria que, entretanto, o casal se reencontrasse apenas uma vez por ano, no sétimo dia do sétimo mês, se cumprisse à ordem do pai, que era atender os pedidos vindos da Terra. Segundo a mitologia japonesa, Orihime é representada pela estrela Vega, e o rapaz, a estrela Altair, do lado oposto da galáxia, que realmente só se encontram uma vez por ano.

O festival teve início há mais de 1.150 anos, na Corte Imperial, e a data tornou-se feriado nacional em 1603.
No Brasil, o Festival das Estrelas / Tanabata Matsuri é realizado desde 1979 pela ACAL – Associação Cultural e Assistencial da Liberdade e pela Associação da Província de Miyagi, na praça da Liberdade, em São Paulo, sempre no mês de julho. No Japão, o festival de Tanabata é realizado em várias cidades, mas o de Miyagui é o mais tradicional. Lá se realiza em agosto, para aproveitar as férias de verão das escolas.

No Tanabata, as ruas do bairro e a praça da Liberdade são decoradas com grandes ramos de bambu que recebem a ornamentação de enfeites coloridos de papel que simbolizam as estrelas. Nesses bambus são pendurados os tanzaku, pequenos pedaços também coloridos de papel onde as pessoas colocam seus pedidos.



Shows de cantores, taikô, dança folclórica e variedades fazem parte das atrações do Tanabata Matsuri, que é a principal atividade anual do bairro.

Shodo.

HISTÓRIA DO SHODO

Os caracteres que constituem a escrita começaram a aparecer na China a partir de 1.300 a.C., durante a dinastia Yin. Esses eram gravados principalmente em ossos de animais e carcaças de tartaruga, com fins primordialmente oraculares. Apesar de ser uma escrita primitiva, já possuia um número elevado de caracteres.

Com o desenvolvimento cultural do país, o imperador Shih Huang Ti, da dinastia Shang (221 a.C.) reformulou a escrita em escala nacional e a batizou de Sho-ten. Na dinastia seguinte,Han, foi criada a escrita Rei-sho que era mais simplificada para seu uso prático. É nesse período que começa a surgir o Shodo como arte. Surgem grandes mestres da caligrafia nessa época e no período posterior.

Evidentemente, a escrita era privilégio de poucos, e tendo a letra como o único tema de sua existência, o shodo prosperou exclusivamente dentro da classe culta das sociedades.


No Japão

Os caracteres chineses foram introduzidos da China para o Japão no fim da dinastia Han (202 a.C a 220 d.C), mas poucos sabiam escrever, e só foi mais difundido no governo de Shotoku Taishi, filho da Imperatriz Suiko do Japão) no século VI.

Os caracteres chineses, conhecidos como Kanji, eram então utilizados no Japão, com os mesmos significados do original. Somente durante o período Heian (794 a 1192 d.C.), é que surge a grande novidade no Japão: a criação do Hiragana, para ser utilizado junto com o Kanji.

Diferente do Kanji, onde cada letra é um ideograma, ou seja, tem um significado por si, o Hiragana tem apenas função fonética, servindo para complementar os Kanjis, facilitando a leitura. Ideograma - "Musashi"


Pode-se passar muito mais informações utilizando-se o Kanji. Por exemplo, a escrita chinesa usa somente três caracteres para a frase “Gyokan-zan”, que significa “elevando-se os olhos vislumbra-se a montanha”. Já no japonês, teremos “Ao i de yama wo miru”, com três Kanjis e quatro Hiraganas. Por este motivo, ainda hoje, os chineses não utilizam o Hiragana

O Hiragana foi criado a partir da escrita de Shodo. Os Kanjis deformados pelo artista do pincel deram origem a formas mais arredondadas e mais simples, que inspiraram os criadores do Hiragana. Sendo fonético, o Hiragana tem quantidade bem menor, assim como acontece com o nosso abecedário, enquanto que o Kanji, por possuir significados próprios, tem uma quantidade muito maior. Um dicionário popular de japonês registra mais de 10 mil Kanjis em uso no país, apesar de que a metade nem seja usado, sobrevivendo-se apenas em alguns documentos antigos.

É interessante salientar que as associações de artistas de Shodo do Japão e da China se comunicam freqüentemente, pois apesar do Japão utilizar o Hiragana no dia a dia, e parte dos Kanjis terem sido simplificados no país, a arte do Shodo permanece essencialmente a mesma.

Os materiais utilizados para a arte do Shodo são os mesmos nos dois países. O pincel, feito de pelo, é um instrumento sensível, que junto com a tinta, geralmente preta, que produz uma variedade de subtons de cinza e de espaços “falhos” sobre o papel, traduz a arte da caligrafia. É na levesa, na velocidade em alguns trechos e na parada em alguns pontos com o pincel, é que se desenha a arte do Shodo. Juntando-se os significados que o próprio ideograma desenhado representa, com a sua beleza estética, temos uma arte bastante completa.


O SHODO NO BRASIL

Os primeiros imigrantes japoneses que vieram ao Brasil em 1908, já trouxeram a arte do Shodo, em muitos casos, aprendida na escola. Além disso, era comum trazerem na sua bagagem, exemplares da arte caligráfica desenhados por artistas e personalidades de destaque na região onde moravam, para adornarem as paredes da nova casa.

Mas foi a partir de 1975 que o Shodo ganhou um grande impulso. Naquele ano, foi realizada uma inédita Exposição da Arte Caligráfica Moderna do Japão, no Brasil, sob o patrocínio da Fundação Japão, do Mainichi Shimbun e da Federação da Caligrafia Japonesa. Essa exposição pôde ser vista no Museu de Arte São Paulo, na Fundação Cultural do Distrito Federal, no Instituto Cultural Brasil-Estados Unidos de Belo Horizonte, e no Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro.

Sob o impacto daquele evento, um professor de japonês chamado Kato, que lecionava na Aliança Cultural Brasil Japão, sabendo da existência de muitos apreciadores da arte do Shodo no Brasil, convocou todas as pessoas que praticavam aquela arte no país. Reuniram-se então 70 artistas desconhecidos.

Aquela reunião deu origem à associação que recebeu o nome de Shodo Aikokai do Brasil, e que teve como o primeiro presidente, o sr. Takashi Kawamoto, um artista residente no Brasil, que havia recebido o título de mestre do Shodo enquanto morava no Japão.

Os participantes definiram as diretrizes para difundir o Shodo no Brasil, e sob a orientação de Kawamoto, passaram a se reunir duas vezes por semana, para estudar e praticar a arte.

Depois, com a evolução prática de vários elementos, sentiram-se motivados a participar do exame realizado no Japão, passando a figurar lado a lado com os artistas do Japão.

O MESTRE NAMPO KURACHI

Um dos fundadores da Shodo Aikokai do Brasil, Nampo Kurachi rapidamente se destacou como um reconhecido calígrafo. Na primeira participação do grupo brasileiro no concurso da associação japonesa Hokushin, em 1981, Kurachi surpreendemente viu seu trabalho ser publicado com destaque, obtendo assim o nível 10, que é o primeiro degrau por onde passam todos os artistas da caligrafia japonesa. Depois, galgando um a um todos os níveis, chegou ao nível 1, para finalmente, obter o 1º grau. Os graus são méritos concedidos apenas a aqueles que passaram por todos os níveis inferiores, e são em ordem crescente.

Nampo Kurachi chegou ao 5º grau nessa escala hierárquica, quando prestou exame e foi aprovado como professor (kyoushi), um dos poucos no Brasil.

O mestre Kurachi nasceu em 1921, e chegou ao Brasil em 1934, trabalhando primeiro no campo, e depois na tinturaria. Grande apreciador da música, dirigiu a Aozora, uma banda que animava bailes e festas nos anos 60 e 70. Foi também jurado de muitos concursos de música japonesa.

Com sua calma oriental e budista (todos os anos, há décadas, ele reserva a manhã do primeiro dia do ano para ir ao seu templo e rezar pela paz no mundo), e sua grande vontade de cultivar a arte, Nampo Kurachi não aparenta a idade que tem. E há muito mantém seu rítmo intenso de trabalho. Atualmente leciona na Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa, na Associação da Província de Aichi, e na Escola Oshiman, todas em São Paulo.

Bastante reconhecido no meio artístico, Nampo Kurachi aparece com freqüência dando entrevistas para revistas e jornais, como a Made in Japan, e também para programas de TV, como o Fantástico, da Globo.
Os trabalhos de Nampo Kurachi já podem ser adquiridos através do site. Visite o "Shopping"

A receita de hoje é .....

 Shitake no batayaki (Cogumelos na manteiga)

ingredientes:
200 gr de shitake em fatias                    
50 gr de manteiga
15 ml de saquê
30 ml de molho de soja                                   
50 gr de broto de feijão
1/2 envelope(s) de hondashi
2 talo(s) de cebolinha verde
1/2 unidade(s) de cebola fatiada(s)

Modo de preparo
Em uma panela, derreta a manteiga e refogue as fatias de cebola por cerca de 3 minutos. Adicione as fatias de shitake e deixe refogar por mais 2 minutos. Acrescente então o saquê, o hondashi, o molho de soja e o broto de feijão. Mexa bem e deixe cozinhar por mais 2 minutos.
Desligue o fogo. Acrescente a cebolinha verde cortada em pedaços de 2cm.
Divida em recipientes individuais e sirva bem quente, como entrada.